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Leonardo Muniz Corrêa – Faculdade Souza Lima

Walter Nery Filho – Universidade de São Paulo

Resumo: Este trabalho pretende analisar e buscar caminhos para compreender as diferenças marcantes entre duas gravações temporalmente apartadas do blues em estilo de jazz1 Turnaround do saxofonista Ornette Coleman. Serão consideradas a primeira gravação de 1959 e a última de 2005. Devido à dificuldade de compreensão do conteúdo musical presente na gravação de 2005, particularmente sob o ponto de vista da forma, da fraseologia e das convenções típicas deste gênero musical, abordaremos o assunto utilizando como interface a paródia, motivados pela ideia de que o saxofonista não só dialoga com o gênero, mas também o ressignifica.

Palavras chave: Ornette Coleman. Paródia. Free Jazz. Turnaround.

The Parody of a Free Man: “quotation” and “reformation” in Ornette Coleman’s music

Abstract: This work intends to analyze and to understand the remarkable differences between two recordings temporarily separated from jazz style blues Turnaround by the saxophonist Ornette Coleman. We will consider the first recording of 1959 and the last of 2006. Due to the difficulty of understanding the musical content present in the 2005 recording, particularly from the point of view of the form, phraseology and typical conventions of this musical genre, we will use as approach the concept of parody, motivated by the idea that the saxophonist not only dialogues with the genre, but also resignifies it.

Keyword: Ornette Coleman. Parody. Free Jazz. Turnaround.

Introdução

Ainda hoje nos deparamos com a dificuldade de entender ou decifrar a música de Ornette Colleman. Neste artigo, iremos relembrar o impacto decorrente do surgimento desse músico no final da década de 1950 e abordaremos o conceito de paródia em sua música como uma possível interface de entendimento de sua manifestação artística. Usaremos como estudo de caso dois improvisos sobre uma mesma música, o blues Turnaround de sua autoria. Os improvisos foram escolhidos devido à diferença entre as datas de gravação. O primeiro está na oitava faixa de seu segundo álbum Tomorrow is the Question! The New Music of Ornette Coleman! gravado em 1959 pela Contemporary Records, e o segundo está na quarta faixa de seu.

 

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